[Artigo atualizado em 18/09/2023]
Comer para viver ou viver para comer?
Os alimentos são essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo.
Temos de comer para sobreviver. Mas esta atividade diária pode tornar-se cansativa com o tempo, um momento temido ou que tentamos esquecer (por exemplo, comer enquanto fazemos outra coisa (televisão, redes sociais, etc.).
Mas comer com atenção é essencial se quiser comer melhor, comer as quantidades certas para as suas necessidades ou comer mais devagar.
A arte da degustação implica ouvir e apreciar os seus 5 sentidos.
A sua entrada sensorial precisa de ser estimulada para funcionar corretamente a longo prazo. Assim, há um duplo benefício em comer enquanto se está consciente de tudo o que está a acontecer.
A seguir, vou apresentar-lhe cada um dos 5 sentidos no contexto da degustação, dando-lhe as chaves para que, a partir de agora, possa usá-los sempre que colocar comida na boca.
Visão
O aspeto visual do seu prato vai abrir-lhe o apetite ou, pelo contrário, repeli-lo. Prefere um prato colorido? Prefere um prato colorido, alimentos bem dispostos ou uma forma de paté pouco apetitosa?
A degustação começa com os olhos. É ele que lhe vai dar uma ideia do aspeto da comida (a sua forma e textura visual).
Por isso, é importante dedicar algum tempo a preparar um prato bonito (utilize a Internet para obter ideias de apresentações atractivas, para que possa cortar os alimentos de forma diferente ou dispô-los de uma forma que os faça sobressair).
Faça questão de pôr a mesa em cada refeição, com loiça e, sobretudo, não coma diretamente da panela, da saladeira ou da embalagem de cartão.
O sentido do tato
No que diz respeito ao sentido do tato, a grande maioria das pessoas pensa que se trata de tocar nos alimentos com os dedos. Sim, claro, para alguns alimentos isso é possível e agradável.
Mas quando se trata de saborear, o que está em causa é tocar nos alimentos com os lábios e a língua. A zona da boca é sensível às sensações.
Isto permitir-lhe-á definir a textura do alimento (áspera, lisa, macia, estaladiça, etc.), bem como a sua temperatura (quente, morna ou fria).
Convido-o a apreciar as sensações na boca dos alimentos que come.
A audição
Existem duas fontes de ruído às quais pode prestar muita atenção ao saborear os alimentos:
- Ruídos internos: são os alimentos que geram um som na boca e que se ouve a partir do interior. Por exemplo, o estalar de uma tosta, o efervescer da água ou o crepitar de uma cenoura crua.
- Ruídos externos: são os sons que se ouvem na cozinha. Por exemplo, a água a ferver, a comida a borbulhar na frigideira, o forno a tocar…
Os ruídos da mesa são também parte integrante do sentido da audição na degustação. O som dos talheres a tilintar, um copo de água a ser enchido ou o som da conversa se estiver a comer com outras pessoas.
Ouça os sons à sua volta e pergunte a si próprio o que mais lhe agrada: tostas estaladiças ou pão de sanduíche macio? Água com ou sem gás?
O sentido do olfato
Este é um sentido muito importante para o paladar, porque se não conseguirmos cheirar um prato, este perde o seu sabor. Já reparou que, quando está constipado, a comida não tem sabor?
O olfato e o paladar estão, portanto, intimamente ligados.
Este sentido está diretamente ligado à memória, e com ele podemos mergulhar sem esforço em momentos muito distantes da nossa vida. É daqui que vem a famosa Madeleine de Proust.
Por isso, é muito importante que se dedique algum tempo a cheirar os alimentos antes de os comer ou beber.
Cada alimento tem o seu próprio cheiro e, por exemplo, na família do pão, e mais especificamente na família da baguete, cada baguete tem o seu próprio cheiro. Já alguma vez prestou atenção a este pormenor?
Aproveite para descobrir todos os diferentes cheiros que lhe vão abrir o apetite e ajudá-lo a desfrutar da sua refeição.
O sabor
De um modo geral, quando falamos de degustação, é o sentido do paladar que nos vem primeiro à cabeça. É por isso que o coloquei em último lugar na minha apresentação. É, evidentemente, o cerne da arte da degustação, mas não é o único.
O gosto é gerado pelas papilas gustativas, as que temos na língua. Cada papila gustativa contém um conjunto de papilas gustativas que são responsáveis pela identificação dos sabores dos alimentos.
Existem 5 sabores:
- ácido (exemplo: limão)
- amargo (por exemplo, café)
- doce (por exemplo, fruta)
- salgado (por exemplo, anchovas)
- umami (palavra japonesa que significa “saboroso”)
Os investigadores estão atualmente a validar um sexto sabor: o sabor da gordura.
Alguns destes sabores podem ser combinados num mesmo alimento. Por isso, dedique algum tempo a identificar todos os sabores que podem estar presentes na comida ou na bebida que põe na boca.
Pode ser útil dedicar algum tempo a mastigar antes de engolir.
O sentido do paladar pode ser estimulado com a prática, por isso, força!
Jogar o jogo de estimular os 5 sentidos durante uma refeição permitir-lhe-á comer com plena consciência e, por conseguinte, gerar um prazer gustativo muitas vezes inesperado e mais intenso.
Por vezes, graças à degustação, pode também aperceber-se de que os alimentos ingeridos automaticamente não satisfazem assim tanto o paladar. É assim que se aperfeiçoam as escolhas alimentares. Conheça-se melhor.
Convido-o a fazer este teste e a anotar todas as sensações que experimentou, para que possa aperfeiçoar as suas capacidades!