[Artigo atualizado em 18/09/2023]
Uma nova tendência? Um método mágico para se reconciliar com o seu prato? A alimentação intuitiva está na moda.
Tem curiosidade em descobrir as suas vantagens e desvantagens?
Como nutricionista que aplica este método a todos os meus pacientes, vou explicar-lhe como pode comer de forma consciente, sem fazer dieta, com prazer e sem culpa!
O que é a alimentação intuitiva?
A alimentação intuitiva é uma abordagem holística da alimentação que se concentra em ouvir os sinais internos do seu corpo para orientar as suas escolhas alimentares.
O seu objetivo é restabelecer uma relação saudável com a comida, ligando-se novamente às suas necessidades físicas e emocionais, em vez de seguir dietas restritivas ou rígidas (que não funcionam, uma vez que 95% das dietas acabam em recuperação de peso).
A alimentação intuitiva baseia-se na ideia de que o nosso corpo tem uma sabedoria inata para regular o seu peso e a sua saúde.
Isto significa que ele é capaz de nos dizer quando comer, o que comer e quanto comer, se ouvirmos as nossas sensações corporais. Sim, é aqui que as coisas se complicam e é preciso sair da nossa zona de conforto.
Esta abordagem dá ênfase à auto-confiança e à auto-compaixão, encorajando os indivíduos a honrarem as suas necessidades individuais e a libertarem-se da responsabilidade associada à comida.
Trata-se de abandonar as crenças alimentares do tipo “não coma alimentos ricos em amido à noite”, “certos alimentos engordam”, “a desintoxicação emagrece”, “comer fruta antes da refeição é melhor do que depois”, etc. Existem centenas de crenças deste tipo, mas até à data nenhuma delas provou ser eficaz ou sustentável a longo prazo.
Não será altura de experimentar outra coisa?
Aprender a ouvir o seu corpo – exercícios
Aprender a ouvir o seu corpo é essencial para manter uma boa saúde física e mental. Isto significa prestar atenção aos sinais que o nosso corpo nos envia e responder às suas necessidades de forma adequada.
O primeiro passo para uma alimentação intuitiva é aprender a ouvir-se a si próprio como um todo.
Eis alguns exercícios que o podem ajudar a desenvolver esta capacidade de ouvir e a melhorar a sua relação com o seu corpo:
- Meditação: A meditação é uma excelente forma de se ligar ao seu corpo. Sentado num local calmo, feche os olhos e concentre-se na sua respiração. Observe as sensações físicas do seu corpo, a tensão, o formigueiro ou a dor. Aprenda a aceitá-las sem as julgar e deixe-as passar. Lembre-se de que existem áudios disponíveis gratuitamente na Internet para o ajudar se isto for difícil para si no início.
- Exame corporal: Deite-se numa posição confortável e concentre-se em cada parte do seu corpo, começando pelos pés e subindo gradualmente até à cabeça. Tome nota das sensações que sente em cada zona. Isto ajudá-lo-á a tomar consciência do seu corpo e a detetar qualquer tensão ou desconforto. Observe simplesmente o que está a acontecer.
- Alimentação consciente: Pode agora aplicar a alimentação consciente ao mesmo tempo que os outros exercícios. Quando come, esteja presente e consciente de cada bocado. Preste atenção aos sabores, texturas e sensações que a comida traz ao seu corpo. Ouça os sinais de fome e de saciedade e pare de comer quando se sentir cheio.
- Atividade física consciente: Quando fizer exercício, concentre-se nos movimentos do seu corpo. Sinta a contração e a extensão dos seus músculos, o calor e o ritmo da sua respiração. Tenha consciência dos limites do seu corpo e não o force para além das suas capacidades.
- Relaxamento progressivo: Esta técnica consiste em contrair e relaxar cada grupo muscular do corpo. Comece pelos pés, contraia os músculos durante alguns segundos e depois relaxe-os. Depois, suba gradualmente até à cabeça. Isto ajuda-o a libertar a tensão e a ligar-se ao seu corpo.
Ao praticar estes exercícios regularmente, desenvolverá uma melhor consciência do seu corpo e será capaz de responder às suas necessidades de forma mais eficaz. Ouvir o seu corpo ajudá-lo-á a cuidar de si, a evitar lesões e a manter um equilíbrio geral entre o corpo e a mente.
Pode começar com 5 minutos por dia, até que isso se torne automático para si.
Alimentação intuitiva – pô-la em prática
- Ouvir os sinais de fome e saciedade: aprender a reconhecer os sinais do seu corpo para saber quando deve começar a comer e quando deve parar. Este é o ponto de partida, a primeira das sensações a observar.
- Satisfação alimentar: prestar especial atenção aos alimentos que proporcionam satisfação e prazer duradouros, privilegiando os alimentos que são simultaneamente nutritivos e deliciosos. Que emoções positivas é que isso lhe dá? Qual a intensidade do prazer? Um alimento que se come habitualmente tem automaticamente o mesmo sabor quando provado com atenção?
- Escutar as necessidades emocionais: Reconhecer que a comida pode ser utilizada para acalmar as emoções, mas também procurar outras formas de gerir essas emoções sem recorrer sistematicamente à comida. Prefira dar um passeio, ler, ver vídeos de comédia ou escrever em vez de comer. A cada um os seus próprios prazeres.
- Respeito pelo seu corpo: Cultive uma atitude de respeito pelo seu corpo, adoptando escolhas alimentares que promovam o bem-estar físico e mental, sem se concentrar apenas na aparência.
- Romper com a dietética tradicional: Abandonar as dietas restritivas, a contagem de calorias e as restrições alimentares rígidas, para se concentrar em ouvir o seu corpo e as suas necessidades individuais. É a única forma de garantir a fiabilidade a longo prazo.
A alimentação intuitiva encoraja uma abordagem flexível à alimentação, na qual nenhum alimento é demonizado e a culpa associada é abandonada. Isto ajuda a desenvolver uma relação positiva com a comida, baseada na auto-confiança, na auto-aceitação e no respeito pelo corpo.